O projeto apresentado pela equipa do arquiteto André Nave, do gabinete Salto Studio (Alcabideche, Lisboa) foi o primeiro premiado do Concurso Público de conceção para a elaboração do projeto de recuperação da antiga Colónia Balnear da Areia Branca, na Lourinhã. A entrega do prémio e apresentação dos projetos decorreu a 17 de abril, no Salão Nobre da Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa, no Edifício dos Emblemas, em Castelo Branco.

Na explicação do projeto, André Nave sublinhou que a intenção é valorizar o já edificado, mas com alguns elementos alusivos à Beira Baixa. “Desde o início decidimos adicionar varandas, porque nos quisemos inspirar nos balcões da Beira Baixa. Queríamos que a experiência do balcão da Beira Baixa se traduzisse”, defendeu.

Para além do espaço hoteleiro, o projeto de André Nave prevê um piso térreo aberto à comunidade local, com um espaço de co-work, restaurantes, um bar de praia e um ginásio.

Em segundo lugar ficou o GGLL Atelier, Lda, em terceiro o projeto de Francisco Freire. Elena Maria Rossi ficou em quarto lugar, enquanto o projeto apresentado pela Lupastudio, Lda conquistou o quinto prémio, entre 24 concorrentes.

O júri foi composto por um representante da CIM Beira Baixa, um representante do Município da Lourinhã e um da Secção Regional de Lisboa e Vale do Tejo da Ordem dos Arquitetos.

“Carga sentimental”

O Presidente da CIM Beira Baixa, João Lobo, considerou a entrega dos prémios do concurso um dia de felicidade e lembrou a “carga sentimental” da antiga Colónia Balnear. “Damos um passo decisivo relativamente a um edifício emblemático, que simboliza muito aos que da minha geração usufruíram daquele espaço”, apontou.

João Lobo lembrou ainda que a CIM Beira Baixa decidiu, na reunião do Conselho Intermunicipal de 11 de abril, solicitar a integração do edifício da antiga Colónia Balnear da Beira Baixa no Programa REVIVE, com vista à sua recuperação, valorização e dinamização.

O Vereador da Câmara Municipal da Lourinhã, João Serra, lembrou as suas origens de Castelo Branco e destacou a importância do caminho que tem sido feito entre as entidades na procura de uma solução para a antiga Colónia Balnear.

“Quem vai beneficiar somos todos nós, a Lourinhã vai ficar mais rica, temos melhorado o espaço envolvente, com uma zona ciclável e pedestre que vai passar naquela zona. Vamos ter investimentos adicionais, como a estrada e o saneamento, e estamos aqui para trabalhar em conjunto”, afirmou.

Presente na sessão, o Presidente da Secção Regional de Lisboa e Vale do Tejo da Ordem dos Arquitetos, Pedro Novo, congratulou a CIM Beira Baixa por ter encontrado na Ordem um parceiro para o Concurso.

“Um trabalho estruturado, com base em critérios sérios e um júri com arquitetos que possam qualificar a resposta permite uma melhor solução para a comunidade e utilizadores”, considerou.

A Colónia Balnear da Areia Branca recebeu milhares de crianças e jovens do distrito de Castelo Branco entre 1974 e 2007. Está inativa desde 2009, altura em que uma tempestade causou vários danos ao edifício.